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Comer com presença: uma interação com o divino

29 Mar 2025 .


Seja incrivelmente bem-vindo ao nosso décimo terceiro encontro do ano. E, para começarmos, eu convido você a parar por um instante. Respire profundamente e traga sua atenção para o agora. Qual a sua intenção para este momento? A intenção traz atenção, e tudo aquilo que recebe nossa atenção cresce.

Nesta semana, vivi uma experiência especial e, como você sabe, estou sempre aberta aos sinais e aos aprendizados. Saí de casa pela manhã com dois pedidos no coração: que Deus me tornasse mais humilde e que me conectasse com pessoas a serviço do mundo. No fim do dia, ao sair do meu último compromisso, dei uma carona à palestrante do evento até o hotel. Uma empresária muito bem-sucedida na vida e nos negócios, com atuação mundial por meio de sua empresa, ela começou a me contar sobre os projetos sociais e sobre a vida.

Sabendo que ela era judia, perguntei o quanto as ofertas e as doações eram importantes para ela. E ela me respondeu: “Para os judeus, doar é doar até incomodar.” E, de forma inesperada, mudou o assunto e trouxe a comida como tema central da conversa. Conversamos por quase duas horas sobre alimentação.
No caminho de volta, me perguntei: por que essa conversa sobre comida?

Lembrei- me da minha relação com a alimentação. Resolvi, então, adentrar neste assunto essa semana com você, usando os recados que tirei daquela conversa.

Procurei o meu livro A Cabala da Comida, que havia lido há alguns anos, e reassisti às palestras do Rabino Dudu, o autor. Foi então que entendi o recado: trazer consciência sobre o que é a comida na nossa vida — vamos refletir juntos?

A primeira vez que comi com consciência foi em um retiro de mindfulness, ao comer uma única uva-passa em silêncio e presença, trazendo à mente toda a cadeia necessária para que aquela simples uva chegasse até o meu corpo. Como a presença em tudo é muito importante!

O maior aprendizado deste mergulho desta semana foi este: usamos a comida, e não é isso que devemos fazer. E mais: não só usamos a comida, usamos coisas, pessoas, momentos, situações. Mas a proposta da vida não é usar nada. É interagir! O tal pó de ouro da vida: relacionar.

Comer é um relacionamento, uma interação — é troca por amor, não por medo — é agir com o outro e não sobre o outro.
Vejam como tudo está ligado, e a força de entendermos isso: estamos co-criando a vida a cada troca — com o outro. O nosso foco aqui é união, e não separação — o amor une, o medo separa.

Segundo o judaísmo, vivemos no mundo de Tikkun, um mundo de reparo, onde somos chamados a unir o que foi separado. Nada é separado: corpo, mente, espírito. Tudo é relação. Tudo é energia. Tudo é Deus.
E quando comemos, não é apenas para matar a fome. É para honrar um ciclo. A comida passa por muitas mãos até chegar ao nosso prato, é para vivermos, juntos!
A interação com ela deve ser um ato de presença, gratidão, conexão com o Todo.
Por isso, trago um convite:
Olhe para o alimento como um ser espiritual.

Perceba toda a cadeia que cada alimento percorre até chegar à sua mesa.

Agradeça. Honre. Interaja. Una-se à comida — gere vida!

Coma com consciência.

A comida não nos pertence. Nós também não pertencemos a ela. Mas, ao interagir com presença, criamos um movimento de respeito, humildade e reconexão com a vida.
É o que sempre dizemos: somos únicos e o Uno ao mesmo tempo. Tudo é Deus.
Todos estamos aqui para servir ao Bem Maior. Somente isso!

E como nosso foco aqui é progredir, vamos juntos?

Nesta semana, olhe para a comida como sagrada — interaja com ela, relacione-se!

Viver tem a ver com agir com o outro, e não usar o outro.

Com esse olhar, passamos a ver a comida como sagrada, a reconhecer a presença de Deus em cada alimento.
E quando fazemos isso, trazemos luz à energia que nutre e sustenta o nosso templo — o nosso corpo. Nosso corpo saudável, presente, desperto, torna-se canal de serviço, de amor, de vida!

Eu vou validar as reflexões de hoje no meu maior laboratório, que é a minha vida. Valide no seu! Transforme-se e transforme o mundo. Decida e vá, só vá!

Seguimos conscientes, interagindo com a comida, com o divino, para um eu melhor, as pessoas à nossa volta melhores, um mundo melhor.
Vamos juntos?
Porque juntos somos +